sábado, 2 de abril de 2011

Morto e enterrado

Bandido não para, dá um tempo
Não morri para a vida, estive atendo
Deixei só passar o tempo
E vi o cinismo
Sempre houve um abismo
Entre novatos e formadores
Quem não vale um caralho
E quem se dá aos valores
Explico a quem não percebeu
Eu não sou da street
A street sou eu
Pintaram-me falhado
Tentaram por-me queimado
Mas rei que é rei
Jamais sai do seu reinado
Grelo há todos os dias
Putas armadas em tias
Com linguas afiadas
Inventam enredos fodidos
Querem separar amigos
Mas só acabam pragadas
E niggas que vivem na sombra
Quando tão no sol apanham escaldao
Porque na hora fakes mandam o fora
Deixam um gajo sem chão
Por muita dica que digas
Eu não sou de intrigas
Cuspo-te tudo na cara
E se a cena não bate
Eu parto para o abate
Há um nariz que se parte
E quem é que me para?
Pois é... Ninguém me parou!
Eu estava morto e enterrado,
Pus-lhe o nariz naquele estado
E o outro falhado
Nem sequer se mexeu
Vieram com posses e esquemas
Ouvi falar bué cenas
Tudo batências pequenas
E o morto sou eu?
Claro, a street faz eco
E o badameco ficou na praia do Meco
Sem nada para se tapar
Por entre vozes e risos
Niggas andam activos
E fizeram juizos
De quem se veio a lixar
É que a fénix não renasce das cinzas
Sempre viveu no fogo
O tempo passou e pergunto:
Já percebeste que sou velho neste jogo?