sábado, 10 de maio de 2008

Em ela ele reside

Naquela vida de sonho, que alguem um dia edificou ele nela residia.
Ele encantado por ela estava, nela ele se encontrava... E por todos os seus encantos ele se perdia...
Ele era o miseravel espelho de felicidade que todos pensamos em realidade não existir, pois a ela bastava um esbracejar para ele por amor sorrir.
Naquele traje preto, naquele solene momento. Ele por ela aguardava, pois por ama-la ele nem sequer na hipotese de hesitar pensava. Fazia-se luz na cara dele cada segundo em que a branca pele dela luzia. Era amor? Não, pura poesia... Aquele aperto que nos folga a alma, nos sufoca o peito apressadamente nos passos da calma em que o contacto do beijo decorria...
Tão avassaladoramente suave que o momento era, de uma força tremenda, uma nojeira horrenda para olhos como os meus... Que não sou capaz de edificar uma silhueta feminina ao patamar de Deus. Demasiadas as lutas e escassas as vitorias, tiraram por completo a moral e de mim fizeram um mural de lamentos proprios.
Só que não é sobre mim que a lenda narra! Mas sim de um alguem que ao luxo, má vida e à farra se negou... O lado bohemio da vida renegou, a ama-la se exortou e a ela se entregou... De forma, louca, desmesurada. Pois desmesuradamente ela o agrada e o encanta... Talvez o iluda, mas tamanha é a loucura, enorme é a febre que por ela lhe arde no peito... Que ele dela ganhou o céu... O coração que ela chamava de seu e que por fim lho entregou.
Ela deixou de ser a musa que tudo iludia com um encanto de um pequeno toque, cessou a sua mistica envolvente, pois abriu o seu corpo e alma à potência que ele lhe tinha para lhe entregar. Doou-se e doaram-se ao amor. Ele a ela se entregou, ela a ele o amou. O sentimento os unificou
E em ela ele agora reside...

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